quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Petrolina: Agricultores fazem ato em defesa do Semiárido e do Rio São Francisco 





Um ato público foi organizado na manhã desta terça-feira (17) em defesa do Semiárido nordestino e do Rio São Francisco. Participaram do ‘Semiárido Vivo: Nenhum Direito a Menos’, trabalhadores rurais de 10 estados, pescadores, membros de comunidades indígenas e quilombolas, integrantes de movimentos sociais e de outras organizações, para alertar sobre a importância da continuidade de políticas públicas na região. A concentração foi na Concha Acústica, no Centro de Petrolina, Sertão pernambucano.


De acordo com a coordenadora da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) no estado do Ceará, Cristina Nascimento, foram convidadas 18 mil pessoas de todos os estados do Nordeste, além de Minas Gerais, para participar do movimento. O ato é contra cortes em programas governamentais como o programa de cisternas, Bolsa Família, Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Seguro Safra e Bolsa Estiagem. “Estamos atravessando um momento delicado, são quatro anos de seca, e questionamos o fato do ajuste fiscal ter implicação direta em ações de convivência com o Semiárido”, afirmou Cristina.


Uma das participantes do ato é Alzení Tomáz, membro do Conselho Pastoral dos Pescadores do Baixo São Francisco. Ela veio com uma caravana de cerca de 50 pessoas de Paulo Afonso, BA. “Nossa comitiva é formada por povos de comunidades tradicionais, pescadores artesanais, o povo indígena Truká Tupã e quilombolas. A principal pauta é a questão da luta pelo Semiárido e pelo Rio São Francisco. O rio está morrendo e o estado brasileiro não está preocupado em fazer uma verdadeira revitalização, estamos reunidos para lutar pelo povo que vive às margens do Rio São Francisco e no Semiárido”, declarou.


O agricultor familiar, José Valmor de Souza Primo, veio de Campinas-PI, para participar do evento. “Foram 6 horas de viagem. Viemos para lutar pelos direitos da gente que mora no Sertão. A nossa principal preocupação é a falta de água, tanto pra o consumo humano, como para os animais e para o cultivo. Tenho uma pequena propriedade, onde cultivo uma pequena horta, com cheiro-verde, alface, pimentão e outras hortaliças. Nós precisamos da água para continuar sobrevivendo”, afirmou.


Durante o evento, os participantes puderam se apresentar, alguns cantaram aboios e emboladas e declamaram poesias. “Para a gente, o Semiárido Vivo é esse. Com o povo podendo se expressar, mostrar sua arte, sua alegria. O povo da região não é só tristeza. Tem fome? Tem, mas é por falta de políticas públicas, o Semiárido verdadeiro é alegria”, contou Cristina Nascimento.


Também foram convidados artistas da região, como o grupo de rap baiano, P1 Rappers, e o cantor e compositor pernambucano, Flávio Leandro. “Eu sou a favor de todo ato em defesa do Rio São Francisco. No meu trabalho eu sempre canto o Semiárido e o Rio. Nas letras eu alerto sobre a importância de preservar o Rio, inclusive no meu DVD, que gravei no último dia 7, aqui na Concha Acústica, fiz uma homenagem a ele”, disse Flávio.


A previsão dos organizadores é de que os participantes do ‘Semiárido Vivo’ sigam em caminhada para Juazeiro, BA, passando pela Ponte Presidente Dutra, e façam um ato político na Orla do município que deve se estender até às 13h. Também estão presentes membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e do Levante Popular da Juventude.


Fonte: G1




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