quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Oeste da Bahia: Ativistas cobram dados atuais sobre desmatamento




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A falta de informações atualizadas sobre o desmatamento no cerrado preocupa ambientalistas do oeste baiano. Há cinco anos o Ministério do Meio Ambiente (MMA) não divulga novos números sobre a supressão de mata nativa na área de ocorrência deste bioma.


A última divulgação, com dados de 2008 e 2009, ocorreu em 2010, quando cinco municípios do extremo oeste da Bahia constavam entre os oito que haviam perdido maior área de cerrado no Brasil. Formosa do Rio Preto vinha em primeiro lugar; Jaborandi, Correntina e São Desidério  ocupavam o terceiro, quarto e quinto lugares; Barreiras constava na oitava colocação.


“Sentimos que não há interesse que novos números cheguem até a população”, afirmou o coordenador da Agência 10envolvimento, Martin Mayr. A organização foi criada em 2004 como um braço da Igreja Católica para atuar na área social e ambiental na Diocese de Barreiras.


A entidade faz parte da Comissão Nacional do Programa Cerrado Sustentável (Conacer), como representante da sociedade civil organizada. A comissão foi estabelecida em 2010 pelo MMA para acompanhar as ações no bioma.


De acordo com Mayr, apesar das cobranças no sentido de que os números do desmatamento sejam de conhecimento público, “efetivamente falta transparência neste sentido, pois temos licenças para desmatar, concedidas pelo estado, por alguns municípios, e desmatamentos irregulares. Difícil saber quanto de fato já foi derrubado”.


Em carta aberta encaminhada em agosto deste ano à ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, a 10envolvimento denunciou que embora os municípios do extremo oeste constem da Portaria 97 de 2012 como prioritários em ações de monitoramento, controle do desmatamento ilegal e manutenção de áreas nativas, não há informações sobre alguma ação efetiva nesta área.


A equipe de reportagem de A TARDE encaminhou perguntas para a assessoria do MMA no dia  9 passado,  para que se manifestasse sobre a situação atual do cerrado e sobre as denúncias constantes na carta encaminhada pela agência 10envolvimento, mas até ontem não obteve resposta.


Consequências


De acordo com a coordenadora do setor de meio ambiente da Agência 10envolvimento, Edite Lopes, uma das preocupações com o desmatamento de grandes áreas contínuas é o assoreamento dos rios e a erosão provocada pelas intervenções em áreas de preservação permanente (APP), como escarpas da serra e  veredas, com reflexos negativos para a fauna e a flora.

Para a engenheira, o problema principal da ocupação territorial e econômica do cerrado “é o caráter predatório do modelo agrossilvopastoril predominante, que ameaça a própria existência do bioma e de seus povos”. Ela lembrou que até 2010, o cerrado já havia perdido 48,5% de sua cobertura vegetal original.


“O cerrado é considerado o pai das águas do Brasil, pois a água das chuvas infiltra através da areia, alimentando os aquíferos que, por sua vez, proporcionam que nas nascentes as águas brotem o ano todo”,  diz Edite   enfatizando, no entanto, que é um bioma que precisa de cuidados “para que mantenha a função de produtor de águas, pois se as árvores são derrubadas, todo o processo é interrompido”.


Fonte: A tarde


Por Tainá Almeida – Revista Barra Magazine




Oeste da Bahia: Ativistas cobram dados atuais sobre desmatamento

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