Moradores da Jurema entraram em contato com a Revista Barra Magazine pedindo uma visita para mostrar a situação da falta de água. Cerca de vinte e cinco famílias da região chegam a ficar em média de dois a três dias sem água encanada. A frequente falta de água pelo rodizio também afeta os moradores do Cajueiro, Residencial Rio Grande e Residencial alto do Junco.
Estivemos no local no espaço de uma semana realizando o acompanhamento da distribuição e constatamos que em três dias não havia água nas torneiras. Moradores reclamaram que quando a água chega não possui força para subir nas tubulações e encher as caixas de água. Por esse motivo, a maioria das caixas do bairro estão no nível do chão ou enterradas .
Em uma das casas visitadas o morador nos convidou para conhecer sua cozinha e banheiro, ele mostrou que não havia torneiras na pia nem chuveiro devido à falta de força da água. “não coloquei torneira na cozinha, pois a água meu filho não tem força, olhe aqui no chão onde fica a torneira e mesmo assim às vezes a água não sai”, nos conta o morador que se identificou mais pediu para não ter seu nome divulgado com medo de represálias.
Em outra residência visitada o morador mostra a mesma realidade, sua caixa de água fica no chão. Para tomar banho e lavar a louça tem que utilizar o balde, pois apesar de ter a torneira na cozinha e no banheiro a água praticamente não possui força. “minhas crianças já faltaram na escola esse ano por não ter água para tomar banho”, conta o senhor. Ele mostrou os galões que utiliza para ir buscar água no rio á cada dois.
Do outro lado da pista a situação também não é diferente, em outra residência visitada a reclamação é a mesma, e a moradora conta que é comum ficar de dois a três dias sem água encanada e que já chegou a ficar mais de uma semana sem o bem imprescindível à vida.
Para contornar a situação, os moradores da região vão ao Rio Grande encher seus galões e assim abastecer suas caixas de água. Os mais idosos e sem condição de fazer esse esforço físico compram a água na mão de outras pessoas. Alguns chegam a pagar R$ 30,00 por uma dorna de água.
Alguns moradores mostraram a distancia uma caixa de água de grande porte em uma chácara e perguntaram, porque o SAAE e a Prefeitura não fazem o mesmo e instalam pra gente uma caixa de água de 20 mil litros aqui no bairro?
Por curiosidade verificamos na internet quanto custa uma caixa de água de 25 mil litros, o valor médio encontrado foi de oito mil reais.
Após ser informado do valor que custa uma caixa um morador revoltado disse: “se o dono de uma chácara aqui na Jurema tem condição de instalar uma caixa de água desse tamanho, você acha que a prefeitura não tem meu filho? Quem sofre com a falta de água somos nós e não vai demorar um protesto fechando essa pista igual fizeram em Igarité, eles já foram avisados, já falamos com o SAAE e com o prefeito”.
Por Juan Felix – Revista Barra Magazine
Barra: Moradores da Jurema sofrem com a frequente falta de água encanada
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