quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Oeste da Bahia: Estudo aponta precedentes em crise hídrica




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O Oeste da Bahia vive hoje a mesma situação que viveu há 53 anos: períodos prolongados sem chuva e baixa vazão dos rios que banham a região. A constatação é feita pelo diretor de Águas e Irrigação da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Cisino Lopes, com base em dados atuais e em um estudo realizado pela Superintendência do Vale do São Francisco (Suvale), antecessora da Codevasf, em 1962.


De acordo com o estudo da Suvale, entres os meses de outubro e dezembro de 1962, foi registrado o índice pluviométrico de 157,8 milímetros. Se considerado o mesmo período em 2015, choveu, até o momento, 147 milímetros.


Cisino também consultou a vazão do Rio Grande no período de 1934 a 1972, encontrando o registro de uma vazão média de 126m3/seg. Neste período, a menor vazão foi no mês de setembro do ano de 1965, alcançando 67,8m3/seg. Atualmente, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), a última vazão registrada do Rio Grande, trecho de Barreiras, em agosto, encontra-se em 51,6mm.


A falta de chuva no Cerrado interfere também no volume de outros rios que banham o país, uma vez que é neste bioma que estão os principais afluentes que abastecem o Rio São Francisco, por exemplo. Para se ter uma ideia, a vazão média do Rio Grande para o Rio São Francisco, de 1934 a 1972, era de 203mm no mês de agosto. Em 2015, considerando-se o mesmo mês, a vazão foi de 184,6mm.


“A chuva é essencial para recarregar o aquífero e outros rios que banham o Brasil. Se não tem chuva, não tem reposição de água. Logo, a diminuição da vazão dos rios mais tem a ver com a falta de chuva do que com o uso para irrigação”, disse Cisino, lembrando que o estudo da Suvale foi realizado em uma época em que não existia o agronegócio na região. “Os produtores sabem a importância da preservação de matas ciliares, reservas legais e APPs. Eles se preocupam com a quantidade e com a qualidade da água dos rios”, concluiu.


Fonte: Folha Geral


Publicado Por Tainá Almeida – Revista Barra Magazine




Oeste da Bahia: Estudo aponta precedentes em crise hídrica

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