Parte dos contemplados de 992 habitações do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida do município de Catu, localizado a 90 km de Salvador, pode perder as casas próprias. Após a suspeita de fraudes no cadastro dos beneficiários, os vereadores da bancada da oposição na Câmara Municipal questionam o critério adotado para a concessão do benefício. Na teoria, os imóveis só deveriam ser disponibilizados a pessoas que se adequassem aos critérios pré-estabelecidos. Na prática, empresários da cidade, funcionário da prefeitura, assessor e até filha de vereador foram contemplados.
Para se cadastrar no Programa Minha Casa, Minha Vida nos dois novos condomínios construídos pelo programa no município, o Antônio Carlos Costa e o Antônio Carlos Góes, seria necessário que a família tivesse renda bruta de até R$ 1.600, fosse residente em áreas de risco ou desabrigada, com prioridade para pessoas com deficiência.
O chefe de Divisão da Prefeitura de Catu, Thiago José Gomes Lima, cargo comissionado no município, é um dos exemplos de contemplação do Programa Minha Casa, Minha Vida que, de acordo com a oposição, foge dos requisitos para receber as habitações. Sozinho, recebe da Prefeitura uma renda mensal de R$ 1.423,67.
Outra cidadã de Catu que se encaixou nos pré-requisitos foi a filha do vereador da base do prefeito, João Jesus dos Santos, o João do Ônibus (PSD). Jucinara Marins dos Santos foi contemplada em um dos novos condomínios do Minha Casa, Minha Vida.
A empresária Maria da Glória Cerqueira da Silva, proprietária da perfumaria Ranny Baby, também é acusada pelos vereadores da oposição de ter recebido de forma irregular a casa própria.
O prefeito de Catu, Geranilson Requião (PT), popularmente conhecido como “Gera”, admitiu a existência de irregularidades, mas negou que a administração tenha qualquer responsabilidade.
“A seleção das pessoas quem faz é a Caixa. Não é a prefeitura. O que acontece é que algumas pessoas falsificam os documentos para parecer que se encaixam nos pré-requisitos. Estamos dialogando com o povo sobre a importância de denunciar as fraudes. O nosso Setor Social está fiscalizando, recebendo as denúncias, fazendo um dossiê e passando para a Caixa Econômica cancelar os contratos”, declarou Gera.
A Supervisão de Habitação da Caixa Econômica revelou que a Prefeitura de Catu admite, pelo menos, 100 casos de irregularidades. A Caixa prometeu investigar cada caso e acionar a Justiça para romper os contratos e retomar as habitações concedidas irregularmente em Catu.De acordo com o Ministério Público da Bahia já existe inquérito aberto para investigar denúncias de irregularidades no Minha Casa, Minha Vida do município.
Por Juan Felix – Revista Barra Magazine
Fonte: Bocão News
Catu: Minha Casa Minha Vida da cidade em investigação por suspeita de fraudes no cadastro dos beneficiários
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